quarta-feira, julho 08, 2009

Educação e cultura: Crítica ao livro ´A sarrabulhada de Miguel Neto ´ Livro da autoria de Miguel Neto (Jornalista e entertainner Angolano)

Consulte a nota ao final deste texto.

De uma forma geral, apreciei a forma como o autor do livro enfatiza os valores que a sociedade angolana deverá resgatar para que se possa ter e sentir enquanto enquanto uma nação.

Gosto particularmente do incentivo que dá aos jovens no que toca ao prosseguimento de estudos, empreendorismo e no que toca a solidariedade e amor ao próximo.

Faz críticas veladas a uma franja da sociedade angolana que se pauta pelo despezismo e futilidade, estas foram tão bem concebidas e descritas que consegui rever um conhecido Zé ou uma conhecida Maria, porém sinto que muito do que pelo o autor foi criticado é muitas vezes nos seus programas seja de rádio como de tv incutido aos ouvintes/telespectadores como algo aceitável, o que na minha opinião transmite uma certa contradição. O autor critica determinados comportamentos no livro e incita os mesmos nos seus programas. É o caso do artigo "A má língua tem os dias Contados". Neste artigo, o autor desfere vários golpes aos tidos como fofoqueiros mas o certo é que quem segue os seus programas sente que o mesmo destila e exalta várias anonimosidades entre determinados artistas. Tal como no artigo "Que Jovens teremos futuramente?" o autor rejeita o comportamento lascivo e agressivo dos jovens integrantes da cultura Hip Hop, porém todos temos conhecimento que o Nível do Neto prima por ser Padrinho do Beef.

Os artigos que mais me suscitaram interesse foram: "Solidariedade, afinal é possível","Ir á Luta por meios próprios", "Valores Morais precisam-se", "O Hábito pela Leitura activa os Bons Costumes". Porque mais do que criticar o que não temos feito, dá-nos a conhecer todo um mundo que já foi uma realidade entre nós mas que por agora se encontra adormecido.Concede-nos Angola enquanto Povo, sentindo e cuidando do seu Povo e não enquanto terra da fortuna sofrívelmente fácil. Há uma grande preocupação em passar um legado de companheirismo, de amizade e união.

O livro no seu todo apresenta indícios de uma positividade inteligente, reflectiva e não a típica positividade que serve para nos consolar, conformar ou mesmo aplacar. Também senti que o autor teve o cuidado de não sacudir somente a culpa de se ter construído um império de faltas, falta de amor, falta de respeito, falta de justiça, falta de humildade, etc nos tempos idos de guerra civil, da mesma forma que me identifiquei com a vontade do autor em dar a conhecer o sentimento predominante na diáspora.

Para terminar, devo apenas acrescentar que este é um daqueles livros que deveria ser lido pelos mais velhos aos mais novos... no Onjango. Porquê? Para renovar o espírito da passagem de valores de geração a geração.

Por: Telma Tvon aka TL (rapper)
Outros dados: Profissão; Funcionária pública,
Grau académico; licenciatura em "Estudos africanos"
Hiphopexcentrico backgrounder: Lisboa/Portugal aos; /06/2009


NOTA: Quando encontramos a palavra "crítica" tendemos a considerar apenas a sua carga negativa. De facto, existe a crítica num sentido de "Apreciação", apreciação de uma dada obra ou actividade. É importante sublinhar que a palavra "crítica" não pode nunca ser compreendida apenas como algo negativo; a crítica pode ser positiva ou negativa. A crítica literária é uma apreciação do trabalho do autor. FIM DE NOTA.

Um comentário:

  1. Viva telma, não sei se este é o teu blogue. Não o conhecia mas me chamou a atenção o texto, de que muito gostei, sobre o livro do Miguel Neto. Caso seja esse o teu blogue diz-me que gostava muito de ir acompanhando. Bjinhos, Cláudio.

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