terça-feira, maio 31, 2011

O que representa o dia 25 de Maio para os Africanos e seus descendentes?

No dia 25 de Maio de 1963 reuniram-se 32 Chefes de Estado africanos em Addis Abeba (Etiópia), com ideias contrárias à subordinação a que o continente estava submetido durante séculos (colonialismo, neocolonialismo e "partilha da África").

Os 32 estados africanos já independentes na altura assinaram a carta que constituiu o maior acto de compromisso político dos líderes africanos, que visou a aceleração do fim da colonização do continente.

Dessa reunião, nasceu a OUA (Organização de Unidade Africana). Pela importância daquele momento, o 25 de Maio foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1972, Dia da Libertação de África.

O dia representa também um profundo significado da memória colectiva dos povos do continente e a demonstração do objectivo comum de unidade e solidariedade dos africanos na luta para o desenvolvimento económico continental.

A criação da OUA traduziu a vontade dos africanos de converterem-se num corpo único, capaz de responder, de forma organizada e solidária, aos múltiplos desafios com que se defrontam para reunir as condições necessárias à construção do futuro dos filhos de África.

Entretanto, de todos esses pressupostos, é facto reconhecido que a libertação do continente do jugo colonial e o derrube do regime segregacionista do Apartheid, durante anos em vigor na África do Sul, foram eleitas como as tarefas prioritárias da OUA.

Como a OUA mostrou-se incapaz de resolver os conflitos surgidos continuamente em toda a parte do continente, os golpes de estado tornaram-se uma prática.

A construção de uma verdadeira unidade entre os países membros é ainda inexistente, sendo exemplos disto, os golpes de estados e as guerras civis no continente.

Economicamente, os indicadores também estavam longe de serem animadores, concorrendo para isso a própria instabilidade militar e as múltiplas epidemias.

Assim, a 12 Julho de 2002, em Durban, o último presidente da OUA, o sul-africano Thabo Mbeki, proclamou solenemente a dissolução da organização e o nascimento da União Africana, como necessidade de se fazer face aos desafios com que o continente se defronta, perante as mudanças sociais, económicas e políticas que se operam no mundo.

Contudo, resolveu manter a comemoração do Dia de África a 25 de Maio, para lembrar o ponto de partida, a trajectória e o que resta para se chegar à meta de “uma África unida e forte”, capaz de concretizar os sonhos de “liberdade, igualdade, justiça e dignidade” dos fundadores.

Outro objectivo principal da UA continuará a ser a unidade e solidariedade entre os países e povos de África, defender a soberania, integridade territorial e independência dos seus Estados membros e acelerar a integração política e socioeconómica do continente, para realizar o sonho dos “pioneiros”, que em 1963 criaram a OUA.

Dos 54 estados africanos, 53 são membros da nova organização: Marrocos se afastou voluntariamente em 1985, em sinal de protesto pela admissão da auto-proclamada República Árabe Saharaui, reconhecida pela OUA em 1982.

Apesar de se registarem actualmente em África alguns conflitos de carácter político, pode-se dizer que a maioria dos países do continente possui governos democraticamente eleitos.

De uma forma geral, os governos africanos são repúblicas presidencialistas, com excepção de três monarquias existentes no continente: Leshoto, Marrocos e Swazilândia.

Parcerias são formadas diariamente ao abrigo da NEPAD (Nova Parceria para o Desenvolvimento da África), um instrumento da União Africana que se baseia em relações e acordos bilaterais num ambiente de transparência, responsabilização e boa governação.

A África tem aproximadamente 30,27 milhões de quilómetros quadrados de terra. Ao norte é banhado pelo Mar Mediterrâneo, ao leste pelas águas do oceano Índico e a oeste pelo oceano Atlântico. O sul do continente africano é banhado pelo encontro das águas destes dois oceanos.

É o segundo continente mais populoso do Mundo (depois da Ásia), com aproximadamente 800 milhões de habitantes.

Basicamente agrário, pois cerca de 63 porcento da população habita no meio rural, enquanto somente 37 % mora em cidades. No geral, é um continente que apresentando baixos índices de desenvolvimento económico.

O PIB (Produto Interno Bruto) corresponde a apenas um porcento do produto mundial. Grande parte dos países possuem parques industriais pouco desenvolvidos, enquanto outros nem sequer são industrializados, vivendo basicamente da agricultura.

O principal bloco económico é a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), formada por 14 países: Angola, África do Sul, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Ilhas Maurícias, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

Obs: alguns dados no texto, possivelmente podem não ser certos, pois é um texto de 2010, o mais importante é informação sobre o que representa para o mundo, principalmente para nós africanos, o dia 25 de Maio. Resolvi postar este texto porque alguem questionou-me no facebook, não saber o significado da data e do mês de Maio para nós afros e descendentes. Ass@PM aka Poderoso Mensageiro. Paz e Amor

Fonte de informação: ANGOP (Agência Angola Press) - 2010

segunda-feira, maio 30, 2011

Já foi postado a 1ª parte do artigo de Mutchiry Mohamed Akzur

Caros, não foi possível postarmos o artigo “Sociedade Portuguesa nada BELA-a-VISTA”, no dia de África, por alguns contratempos, mas já esta o poste da 1ª parte do artigo, a segunda parte, já não será postada no dia de Portugal (10.06.2011), sim no dia 04.06.2011, isto é sinal de compromisso para com os portugueses que ainda não decidiram em quem votar no dia 05.06.2011, não vote em branco (votar é um compromisso cívico).

by: hiphopexcentrico - H2EXC © 2011

“Sociedade portuguesa é nada BELA-á-VISTA” by Mutchiry Mohamed Akzur - 1ª parte

Os anos passam, parece que nada muda nesta sociedade, regularmente sempre igual, excepto o cinismo que aparenta estimular e crescer com o estado da cidadania. Onde só muda a terminologia dos adjectivos mas não o sentido das palavras. Onde acontecem somas de injustiças e nada de justo se vê, posso até parecer desligar-me de coisas muito boas que vejo e já vi por cá, como por exemplo o €uro 2004 entre as festas dos “Santos Populares” (risos).

Mas o que me salta à VISTA e que não é BELA, é o facto de Portugal ainda hoje, se parecer com o Portugal do antigamente, com situações que já não deviam existir no ocidente deste tempo (ocidente do sonho, união, transparência, tranquilidade, acolhedor, de liberdade e paz). Mas não, a ironia não me vai consumir nesta hora, pois ainda me caiem lágrimas ao visionar inúmeras injustiças, e onde andará a justiça? Porque a que vivemos, se parece com a de ontem, protege apenas a hierarquia do estado e os grandes senhores, levando para a choça o bode expiatório que lhes apetece.

Por vezes penso, será que, com um espírito de um movimento como a ETA em Portugal por exemplo, ou o anarquismo fervendo, faria com que terminassem os abusos sucessivos destes governantes contra o povo português, que sofre cada vez mais? Portugal é pertence dos portugueses e de quem produz por Portugal (o povo). Não estarei eu a ser muito pessimista? Hum! Olhem para as autoridades policiais, revoltados com a falta de condições que lhes é dada (miséria, má qualidade de formação e de equipamentos de serviço) reflectindo-se na péssima actuação como elementos da segurança pública. Por vezes, já não asseguram os cidadãos, muito pelo contrário, agridem, oprimem, ofendem física e verbalmente, roubam, espancam e matam por frustração, e assim aumenta cada vez a onda de crimes no seio policial e um espírito de revolta nos cidadãos.

A oito, nove anos atrás existiam menos crimes, “mais” policiamento do que existe agora. Os agentes policias eram mais bem educados e em reciprocidade os cidadãos para com as autoridades de segurança pública. Existia sem dúvidas, mais condições para todos. Digam-me agora, quem falhou neste cenário? Quem são os maus nesta fita? O governo, a polícia, os cidadãos? O canhão procura sempre a carne mais próxima e frágil para fuzilar (nós os emigrantes, contribuintes, principalmente os afros e seus descendentes), pois não rompe uma muralha de aço bem sólida a terra. Sabemos nós que, por de trás de uma farda policial, militar ou de outra autoridade pública qualquer, existe um homem, haja sensibilidade e humanismo.

Parece que não, voltamos ao tempo antigo, pode parecer até um discurso angolano como aquele que musicou, “tamu sempre a subir pa tragi – Dog Murras” (em vez de caminhar-mos para frente, retrocedemos). Aqui é Portugal, onde a comunidade “Africana” migrada, levou e ainda leva por tabela a rajada de vários lados, de um lado o saber para mal reinar (políticos manipuladores) e do outro, a ignorância sócio-racial, fruto da negligência ou se não, da ingerência governamental no que diz respeito a integração sócio-cultural. Os anos se arrastam e nada muda, estamos em pleno século XXI, e nós no mesmo sítio, no processo de integração contínua como diz ou outro. Barrados de participar de forma activa na sociedade, excepto quando e onde lhes convém, ou se te tornares num preto diferente, o preto “bem integrado”.

E num ápice estamos a assistir ao “neo esclavagismo”, onde existem os capatazes (pretos de classe media alta indiferentes com o que lhe rodeia e os tais pseudo intelectuais diferentes dos outros pretos), os governantes aparecem como novos donos de escravos (patrões e empresários associados ao estado e as câmaras, no ganho de concursos públicos extraordinários e…) e os novos escravos (hoje não são apenas pretos na sua maioria, somos todos nós utentes, contribuintes explorados e dependentes da consciência dos “patrões”). Neste cenário, acontece também o contínuo desrespeito a comunidade “Africana” perante a sociedade, cujo maior impulso por vezes, é fruto da má luz de infâmia, suportada por alguns órgãos da comunicação social, mas que má alma humana, parece até não saberem da influência que têm sobre a consciência da cidadania, esta é a “BELA VISTA” do “Pretugal” em que vivemos…
- O texto continua… Brevemente a 2ª parte do texto -

Texto por: Mutchiry Mohamed Akzur
Escrito em: 27.06.2009 á 06.09.2009 (Lisboa – Portugal)

Obs: Família, tivemos um problema com a actualização deste texto… por isso não foi possível postar no dia de África como prometemos, finalmente já temos o problema solucionado e eis o texto. Como sabem este é o nosso, meu espaço blog de descompressão, longe do meu projecto artístico no blog www.pmlirical.blogspot.com, longe do espaço blog de música urbana e “negócios” que é o www.lirical-record.blogspot.com. Porém estarei um pouco ausente de novo… mas lembrem-se meus caros, podem enviar o que quiserem para hiphopexcentrico@gmail.com, que a gente divulga aqui, desde que, não seja nada que choque com os valores deste espaço livre.

by: PM aka Poderoso Mensageiro - 2011.

terça-feira, maio 24, 2011

DIA DE ÁFRICA NA UNIVERSIDADE LUSÓFONA



Em comemoração ao dia de África, o Núcleo dos Estudantes Africanos da Lusófona (NEAL), organizarão nos dias 25, 26 e 27 de Maio, várias actividades culturais na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.


Nestas actividades, a NEAL contará com a participação da "LS Music Sucursal em Portugal" (Produtora de música angolana), que por sua vez, terá um banca com CDs de música angolana expostos a serem comercializados a preço "universitário".


Passe por lá e divulga a mensagem.



Fonte de informação: Núcleo de Estudantes Africanos da Lusófona.