quarta-feira, julho 08, 2009

"A minha 3ª viagem a Angola - Pós migrado em Portugal- 1ª versão"
Assim começo por relatar o propósito da minha terceira viagem a Angola, porém vou começar por divagar os momentos que vivi na minha segunda viagem a Angola pós migrado em Portugal (risos). Já não me deslocava a terra durante algum tempo, ou seja há um tempinho, pois desde que cá estou migrado fui apenas três vezes a contar com a última. Lembro-me de ter ido pela primeira vez em 2004, na altura em que documentei na minha história como homem de arte, a minha primeira obra discografica de originais aos 25 de Setembro se a memória não me for falível.Quem sou para ter este choro, há quem vive em Portugal a mais de vinte anos e só vê Angola nos seus sonhos, outros ainda pela TV, contos e pela literatura, ou seja, imaginam... eu agredeço a Deus.

O tempo falou por si e cá andei, até que no ano passado de 2008 começei activamente a preparar o meu 2º álbum de originais, por isso desloquei-me a Angola para terminar a obra complilando assim com algumas produções de produtores e músicos que vivem por lá. Na verdade foi também uma especié de respirar mais um pouco a poeira da minha terra mãe e sair desta tensão de choro ocidental, até porque foi nesta altura que conheci um pouco mais da infantilidade que dormia comigo todos os dias junto de muitos intervenientes que fazem parte do movimento rap em Portugal... foi deste mesmo barco de ilusão e de imaturidade que me desliguei, fazendo assim uma linda e bonita viagem as minhas raizes.

No entanto ao estar em Angola, viajei várias vezes para Benguela de carro com o meu irmão e colega Hélvio, o tal puto que lhe chamo o fenómeno da voz do Semba (um dos ritmos mais conhecidos dos vários tradicionais existentes em Angola) da nova geração, mas como eu, também bebe vinho, cerveja e tem uns rastas por fazer (risos). Com seu carrinho Getz modesto da Hyundai que nos levava de Luanda á Benguela e de volta a Luanda nos trazia, Luanda a capital de Angola, terra das oportunidades onde muitos "provincianos" encontram vencimentos gordos de esperança de verem o sucesso das suas hablidades e dons serem reconhecidos pela nação e daí a internacionalização. Okey! Lá iamos com umas birras e carne de caça assada que pelo caminho parando encontravamos com as Kotas que paiavam estes mambos (Senhoras mais velhas que vendiam estas coisas) para os camionistas, taxistas e passsageiros que faziam aquela rota (risos). Obs: Porém, não é um bom exemplo andares a conduzir e ir bebendo alcool pelo caminho.

Na felicidade das nossas viagens, um dia destes andei pelos bairros da província de Benguela a ver o que tinha mudado para melhor ou o que tinha sido destruido... Encontrei muitas coisas boas mas também encontrei outras coisas más... passando a frente, pensei que havia ainda muitas mais coisas para se fazer, o que se perdeu visonei uma reposição mais actualizada. Para além dos bairros que visitei, o meu plano foi visitar ainda mais para tirar conclusões e ver viva de perto a realidade de que as pessoas falam e vivem, porque da cidade "sei" eu e já tinha visto quase tudo, neste andar visitei também alguns lares socias, enfim.... Encontrei uns com melhores condições e outros com fortes necessidades de apoio.

No entanto pus-me na conversa com um vizinho meu sobre o assunto e sobre valores morais, culturais, acção social, e nesta ele disse-me que dava formação como voluntário num lar social e que este se chamava "Aldeia de crianças SOS", daí combinamos visitar esta aldeia algum dia, chegando então ao dia, até acordei um pouco mais cedo e ressacado pela noite de ontem que me tinha levado num arrastão júvenil duma forte tibaria (Beber alcóol relativamente fora do estímulo normal que se aconselha) de cervejas Carlsberg e de Cuca em lata, mas com prudência tive de honrar o compromisso que assumi em fazer aquela visita.

Foi uma experiência muito interessante, pois deparei-me com uma organização fora do comum, comparando com os lares que visitei antes... Pensei então que em vez de preocupar-me em ter mais um álbum de originais no mercado, porquê não deixar-me levar pelo coração e consciência? Priorizei assim o meu dom, emprestando-o a um projecto musical que tivesse dois sensos: um musico- cultural, educacional e outro de sensiblização a acção social. Nestas duas visões, precisei apenas de saber como fazer o projecto, depois saber se valia pena pregar estes ambientes numa sociedade tendenciosa pela cegueira social e agarrada as vicissitudes do capitalismo selvagem. Pensei, como divulgarei esta obra para despertar a consciência das pessoas para se criarem mais lares com a mesma estrutura organizativa tal como a aldeia acima mencionada e sobretudo alertar a concsiencia do cidadão civil a comungar comigo contribuindo neste projecto?

No entanto procurei arranjar condições financeiras para criar então a obra onde participacem vários musicos e com diversos ritmos, mas para isto precisava-se de interesses comuns entre os convidados ou uma boa verba para custiar os estudios e musicos convidados, batendo assim inúmeras portas, desde instituições estatais e privadas, mas estas portas estavam todas bem fechadas, nada consegui para tal ambiente, na altura até saiu-me um "foda-se, se fosse para apoiarem concursos de miss eram os primeiros, mas para causas essencialmente importantes e prioritarias até fingem não saber de nada"... Mas com ajuda de uma pessoa em especial, sem igual, amiga e com muito bom coração consegui então criar um projecto estruturalmente solído, com tudo para ter visiblidade, grande dimensão e que chamasse a atenção de todos os angolanos sem excepção de idades ou escalões sociais.

Regressei então da minha segunda viagem a Angola pós migrado em Portugal (risos), no dia 1 de Junho de 2008, a correria foi produzir o projecto e regressar de novo para Angola já com o projecto feito para então entrar em actividade, regressei então no dia 13 de Setembro. Para mim não importava tanto as baixas que pudesse ter na divulgação e nos resultados não muito ricos... O mais importante foi o que ainda acho, o projecto teve a nota 100% depois de olhar para alegria e sorriso daquelas crianças quando os visitei e falei-lhes do projecto até ao dia da primeira entrega. Assim foi um pouco da minha história e do porquê ter feito esta "Minha 3ª viagem a Angola- Pós migrado em Portugal".

Para mais inf@s acompanhem-me apoiando este projecto, pois ele é contínuo... Paz, amor e MwAngolAvante.

Texto por: PM (Poderoso Mensageiro)- rapper
Hiphopexcentrico backgrounder: aos 21 de Junho de 2009

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