segunda-feira, abril 14, 2008

UNL Nucleo Estudos Africanos - Jovens Negros, Associativismo e Cultura Expressiva

PROGRAMA
15 de ABRIL
AUDITÓRIO II—TORRE B—3º PISO
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
16H30

Projecção do Filme NU BAI—O rap negro de Lisboa de Otávio Raposo, Portugal, 2006, 65’

intervalo

18h00-21H00
Seminário "Jovens Negros, Associativismo e Cultura Juvenil" integrado no Seminário Identidade e Cultura Expressiva no Mestrado de Migrações, Inter-Etnicidades e Transnacionalismo, FCSH—UNL

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Encontros: Identidade em Expressão

Sónia Borges

A criação de uma Associação não se reporta a um único motivo, pontual e datado no tempo. Revelar os motivos que levam um grupo de Jovens a criar uma associação, sobre a qual pouco conhecimento tinham, é como abrir um pedaço do livro da história pessoal da vida de uma pessoa a um público completamente desconhecido.

Esta é a história da Associação Encontros, fundada em 2004, por um grupo de jovens negros na cidade da Amadora. É difícil contar em poucas palavras as razões que nos levaram a criar e a desenvolver a Associação Encontros, incluindo a escolha do próprio nome. Revolta, (des)conhecimento, inconformidade, afirmação e expressão, são apenas algumas palavras que definem os primeiros passos da criação da Encontros. Mas ficam no ar as perguntas: revolta de quem e sobre o quê? (Des)Conhecimento do quê? Inconformidade com o quê? Afirmação do quê? Expressar o quê, e de que forma? Estas são apenas algumas questões, que o nome Encontros, escolhido para a denominar a associação, veio responder.

Se definir em poucas palavras o processo de criação desta Associação é difícil, defini-la também é complicado. Ela é antes de tudo Negra, mas também é Africana e afro-descendente e, no entanto, não pode rejeitar o facto de também ser Portuguesa. A identidade e a forma em que se expressa essa identidade é a questão central quando se aborda a questão do Associativismo Negro e Jovem em Portugal.

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Nuno Santos (Chullage)
s/resumo

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Representa Red Eyes Gang: das redes de amizade ao hip hop

Otávio Raposo

A sua tese é um estudo de caso sobre a problemática das culturas juvenis em contexto urbano e a produção das suas sociabilidades e estilos de vida. O seu trabalho de campo circunscreveu-se à Freguesia da Arrentela (Seixal), pano de fundo da acção colectiva do grupo de jovens Red Eyes Gang. Maioritariamente descendentes de imigrantes africanos, os integrantes desta crew tentam construir identidades positivas (ao recusar os discursos que os representam como “feios, porcos e maus”), num contexto marcado pela pobreza e estigmatização. Este grupo informal apropria-se do estilo rap com uma postura que visa pôr em causa as noções dominantes sobre o seu lugar social, contribuindo na construção de novos significados sobre a sua identidade enquanto jovens, pobres e negros. Ao mesmo tempo, o estilo rap serve de resistência e demarcação aos valores oficiais da sociedade e desenvolve alternativas de inserção social num contexto marcado pela fragilidade das instituições do Estado. Embora os jovens Red Eyes Gang partilhem identificações e estilos de vida, estes adquirem contornos múltiplos. Se há questões importante que os unificam – caso contrário não faria sentido a existência deste colectivo –, há outras que os diferenciam e que estão em disputa no seu interior. Por isso, há diferentes formas de ser jovem e de se apropriar do estilo rap no interior do grupo, o que contraria os discursos que apresentam os jovens das classes desfavorecidas sob uma óptica homogénea e pouco dinâmica.

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NEA - Núcleo de Estudos Africanos
CEMME - Centro de Estudos de Migrações e Minorias Étnicas / CRIA
Departamento de Antropologia, FCSH - UNL
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homepage: www.cemme.fcsh.unl.pt
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