quinta-feira, abril 02, 2009

Debate Público Do “motim” de Caxias ao terror de Monsanto
Boas irm@s,

A Khapaz esta semana a reflectir sobre a "Sociedade" desta vez em parceria com a ACED em mais uma sessão sobre as prisões em Portugal. não só para nós, que temos familiares amigos e conhecidos encarcerados, mas para todos os que percebem que as prisões não "reabilitam ninguém" e, pelo contrário, tiram a dignidade de muitos seres humanos. num dos países com maior taxa de reclusos da Europa, e após o relatório da Comissão de Prevenção da Tortura, que apontou para a continuação violação dos direitos humanos e para as condições desumanas das prisões, este debate é para todos.

Sem Justiça não há paz
Sociedade khapaz

Debate Público
Do “motim” de Caxias ao terror de Monsanto


3 de Abril, sexta-feira, 20 h.
Associação KHAPAZ
Rua João Martins Bandeira, 7-A
ARRENTELA – Seixal


Treze anos depois, a “Justiça” portuguesa encontrou “razões” para
levar a julgamento 25 pessoas acusadas de “amotinamento” no reduto
Norte do Forte de Caxias - por factos ocorridos em 23 de Março de 1996
- de que os ora acusados não têm qualquer responsabilidade.

O arrazoado acusatório não é mais do que um delirante exercício de
ignorância, revanche e tentativa de branqueamento do sistema
prisional. Porque, para quem não tem a memória curta, o que se passou
na data em apreço não foi mais do que uma acção ilegítima de pura
barbaridade e terrorismo de Estado contra os presos de Caxias que, num
protesto cívico e civilizado, quiseram denunciar os efeitos da
sobrelotação, o escândalo do descontrolo clínico-sanitário, bem como
as reiteradas humilhações e violações dos Direitos Humanos a que
estavam sujeitos.

Essa luta [repetimos: cívica e civilizada!] vinha sendo empreendida
desde dois anos antes, quando o movimento de contestação nas cadeias
começou a fazer manchetes, a abrir noticiários televisivos e a
concitar - como se pode verificar na imprensa da época - a simpatia da
população que, lentamente, começou a perceber que as prisões [ao
contrário do engodo oficial mil vezes repetido] não eram, nem nunca
serão, um instrumento de contenção da criminalidade. Bem pelo
contrário, toda a sua lógica e subcultura manifestam-se como geradoras
de um infinita linha de produção de revolta e crime, cujos efeitos são
sentidos por todos os que não têm acesso às mordomias da “segurança de
bens e pessoas” e aos condomínios fechados.

A farsa do julgamento começou a 5 de Março, retoma o ridículo a 2 de
Abril e, provavelmente, irá estender-se nos próximos meses, tentando
provar o improvável. Embora já tenham percebido, logo na primeira
audiência, que – ao contrário do que supunham – o acto inquisitório
não vai ser “favas contadas”…

E treze anos depois, os métodos, as práticas e o terror são os
mesmos, como aliás, a título de exemplo está aí a Guantanamo de
Monsanto com tudo o que nos impele à indignação e ao nojo.

Ao comemorar 12 anos de vida e luta, a Associação Contra a Exclusão
pelo Desenvolvimento (ACED) não quer deixar de fazer o que sempre fez:
denunciar a iniquidade e debater publicamente temas que valem a pena,
procurando com tod@s as respostas para a acção.

ACED - 12 Anos de Vida e Luta pelos Direitos Humanos
http://iscte.pt/~apad/ACED/

Nenhum comentário:

Postar um comentário