Pode até parecer estranho estar a escrevinhar sobre este género de assunto nesta época (…) Nesta, em que as pessoas se encontram em reconciliação consigo mesmas, com o perdão, e na busca de paz, amor entre família e de fraternidade para com os restantes que os rodeiam, assim como Jesus transmitiu na terra, nos anos da sua pregação de paz, amor e fraternidade entre nós, como sendo a vontade de Deus (o supremo benfeitor).
Mas, lembrei-me de uma situação que ocorreu em tempos. Fui convidado para um convívio de final de ano com uma rapaziada de uma escola secundária da Margem Sul (…) No entanto, eu iria tocar o meu “Positivismo” e falar um pouco mais sobre que faço e por além (…) Não aconteceu e, perto de mim alguém soprou num tom real no meu ouvido, dizendo, “a câmara municipal da zona não teve em atenção ao material técnico necessário para que esta rapaziada realizasse esta actividade de final de ano (férias de Natal), porque são na sua maioria “negras” e brancos de classe baixa que vivem em bairros sociais como, Quinta da Princesa, Arrentela e”, isto pode até não ser uma veracidade, digo até, porque conheço o país onde resido. Esta situação ficou-me na mente até hoje decidir escrevinhar sobre o assunto.
Não é suposto as Câmaras Municipais na sua gestão como sendo instituições sociais que visam dar respostas as necessidades dos munícipes, criar equipamentos sociais de entretenimento e de carácter social e educativo que promova interacção entre os adolescentes e lhes estimule o interesse pelo meio onde estão inseridos? Dando também mais estímulo e atenção aos “jovens em abandono”, criando actividades que lhes desenvolvam, ou se não, é um dever destas instituições desenvolver este trabalho dentro das suas estruturas?
Por sua vez, sendo esta rapaziada de bairros sociais “pobres” e necessitando de maior atenção de instituições sociais na qual este é o seu serviço (…) mais uma vez, deviam estar mais preocupados e não deviam ter falhado com aquela rapaziada que, ficou muito “excitada” de forma negativa por saber que eu e o outro convidado (músico) que também iria fazer parte da actividade, já não podia-mos tocar para eles por motivos técnicos. Ok! Estou a falar de rapaziada na sua maioria crianças “negras - pretuguesas” e brancas “pobres”, merecem o abandono por parte desta sociedade? Haja humanismo.
Apesar de me encontrar faseado entre uma onda mais espiritual e outra social mais “calculista” (não tão explosivo), sei que estas mostras negativas, são a evidência de falta de amor e paz no coração e na mente dos homens e mulheres no mundo, mas ainda sim, sinto-me mal em falar sobre a existência do racismo em pleno ano 2011, e é ainda mais mau, saber escrevo em época de Natal.
Feliz época Natalícia e que o próximo ano seja mesmo próspero para todos. Paz e Amor.
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